Blog Goakira Invest
ideias de negócios lucrativos; como ser franqueado; franquia micro, microfranquias

Microfranquias: como funciona esse modelo de negócio?

Conforme definição pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), microfranquias são modelos de franquias cujo investimento inicial não ultrapassam 135 mil reais. Esse modelo de negócio está presente em diversos segmentos, como alimentação, vestuário prestação de serviços, entre outros.

Quando comparadas às franquias tradicionais, as microfranquias exigem um investimento inicial significativamente menor e, muitas vezes, podem operar no formato home-based. Ou seja, não há necessidade de um ponto comercial, pois o Franqueado pode trabalhar diretamente da sua própria casa.

Entretanto, engana-se quem pensa que, por ser um investimento mais baixo, o suporte oferecido pela Franqueadora seja reduzido. Em muitos casos, as microfranquias são estruturadas de forma a garantir um suporte amplo, com treinamentos, supervisões e acompanhamento contínuo, podendo ser equivalente ou até superior ao oferecido por algumas franquias tradicionais. Há, inclusive, franquias tradicionais que exigem investimentos consideráveis, mas oferecem um suporte mínimo por parte da Franqueadora.

Nesse sentido, ao formatar uma microfranquia, é essencial que o detentor da Marca desenvolva um modelo que forneça o suporte adequado para seu respectivo negócio de forma a possuir uma Rede consolidada e saudável.  Para a Franqueadora, as microfranquias representam uma excelente oportunidade para expandir a Marca com menor investimento inicial, tornando o modelo mais acessível a um número maior de interessados. Esse formato permite uma capilarizarão mais rápida do negócio, aumentando a presença da Marca em diferentes mercados com custos reduzidos, sendo mantido o padrão e a qualidade desenvolvido pela Franqueadora.

Além disso, por se tratar de um modelo de negócio mais acessível e com investimento reduzido, muitas microfranquias possuem uma estrutura enxuta, que nem sempre comporta a contratação de funcionários. Assim, nos casos em que o Franqueado atua sozinho, a dedicação e a operação do negócio são integralmente de sua responsabilidade.

De todo modo, para o Franqueado, as microfranquias oferecem a oportunidade do interessado de empreender com um custo mais atrativo, mas ainda sim com riscos. Isso porque, franquia/microfranquia não é garantia de sucesso e não deve ser garantido ao Franqueado qualquer lucratividade, retorno de investimento, entre outros fatores que excluam o risco do negócio.

Diante disso, o processo de seleção de Franqueados deve ser transparente e criterioso, avaliando não apenas os aspectos financeiros e pessoais do interessado, mas também se ele possui o perfil necessário em termos de dedicação e comprometimento com o negócio.

Por fim, apesar da estrutura mais enxutas e do investimento menor, as microfranquias devem ser formatadas em conformidade com a legislação vigente. Além disso, necessitam dos instrumentos jurídicos adequados, como a Circular de Oferta de Franquia e o Contrato de Franquia, que devem ser elaborados considerando as particularidades de cada negócio. Essa formalização é fundamental para garantir a segurança tanto da Franqueadora quanto do Franqueado.

Imagem: Envato


(*) Caroline Olim. Formada em Direito pela Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) em São Paulo, pós-graduada em Direito Contratual pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – COGEAE. Coordenadora Jurídica, atuante na área de consultoria e contratos com especialidade em varejo, franchising e direito civil. Procuradora da Primeira Comissão Disciplinar do Tribunal da Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol.