O que é ser um franqueado? Essencialmente, é uma escolha de carreira e investimento que combina o desejo de empreender com a segurança de trabalhar com um modelo de negócio já testado e consolidado. Antes de aprofundar-se no papel do franqueado, é essencial compreender o que é uma franquia, os modelos existentes, as bases legais que regem esse setor no Brasil e um pouco da história do franchising.
O que é uma franquia?
Antes de entender o que é ser um franqueado, vamos nos aprofundar no conceito de franquia em si. A franquia é um modelo de negócio no qual uma empresa (franqueadora) concede a outra parte (franqueado) o direito de usar sua marca, know-how e sistemas operacionais em troca de uma contrapartida financeira. Essa relação comercial permite que o franqueado opere um negócio com base em um conceito já estabelecido, enquanto a franqueadora expande sua presença no mercado sem ter que gerenciar diretamente todas as unidades.
Esse modelo é especialmente atrativo porque mitiga alguns dos riscos associados à criação de um negócio do zero. O franqueado entra em um mercado com suporte contínuo, treinamento e uma marca que provavelmente já conquistou algum reconhecimento entre os consumidores. Contudo, também exige disciplina e capacidade de seguir os padrões estabelecidos pelo franqueador, o que pode limitar a autonomia do franqueado em relação a decisões estratégicas.
Modelos de franquia existentes
Dentro do universo do franchising, existem diferentes modelos de franquia que variam em termos de operação e autonomia. O modelo mais tradicional é a franquia de produto ou marca, onde o foco está na distribuição de produtos sob uma marca específica, como ocorre com redes de postos de combustíveis. Já a franquia de negócios formatados é o tipo mais comum no Brasil e envolve um pacote completo de suporte, desde a escolha do ponto comercial até treinamentos e estratégias de marketing.
Outro modelo interessante é a franquia de distribuição, onde o franqueado atua como intermediário para levar produtos ao mercado final. As microfranquias, por sua vez, são uma opção de baixo custo que tem ganhado espaço no mercado brasileiro, permitindo que empreendedores com capital reduzido também possam ingressar no sistema de franchising. Por fim, existem franquias de conversão, em que um negócio independente se torna parte de uma rede franqueada, beneficiando-se da marca e dos processos da franqueadora.
A Lei de Franquias no Brasil
O franchising no Brasil é regulado pela Lei nº 13.966, sancionada em 2019, que substituiu a antiga legislação de 1994. Essa lei estabelece diretrizes claras para a relação entre franqueadores e franqueados, trazendo maior transparência e segurança jurídica para ambas as partes.
Um dos pilares da lei é a Circular de Oferta de Franquia (COF), um documento que deve ser entregue pelo franqueador ao candidato a franqueado no mínimo 10 dias antes da assinatura do contrato ou pagamento de qualquer taxa. A COF deve conter informações detalhadas sobre o histórico da franqueadora, as responsabilidades das partes, os custos envolvidos, as regras de exclusividade territorial, entre outros aspectos. Isso permite que o potencial franqueado tome uma decisão bem-informada sobre seu investimento.
Outro ponto importante é que a lei define claramente que a relação entre franqueador e franqueado não configura vínculo empregatício. Essa distinção protege ambos os lados de litígios trabalhistas e reforça o caráter empresarial do sistema de franquias.
História do franchising
O franchising tem raízes antigas, remontando ao século XIX, quando empresas como a Singer Sewing Machines começaram a conceder direitos de distribuição de seus produtos a terceiros. Contudo, o modelo moderno de franquias se desenvolveu após a Segunda Guerra Mundial, especialmente nos Estados Unidos, onde empresas como McDonald’s e KFC popularizaram o conceito.
No Brasil, o franchising começou a ganhar relevância a partir da década de 1980, com a chegada de redes internacionais e o surgimento de franqueadoras nacionais. A Associação Brasileira de Franchising (ABF), criada em 1987, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento e regulamentação do setor, promovendo boas práticas e ajudando a profissionalizar o mercado.
Hoje, o Brasil é um dos maiores mercados de franquias do mundo, com uma diversidade de segmentos que incluem alimentação, educação, serviços e varejo. O sistema de franchising é visto como uma alavanca para o empreendedorismo e geração de empregos, especialmente em tempos de instabilidade econômica.
O papel do franqueado
O franqueado é o elemento central no sucesso de uma franquia. Embora ele receba suporte e diretrizes do franqueador, é responsável pela gestão diária do negócio, garantindo que os padrões da marca sejam mantidos e que a operação atinja os resultados esperados. Isso exige habilidades de liderança, gestão financeira e capacidade de trabalhar em equipe.
Uma das principais responsabilidades do franqueado é seguir o manual de operações da franquia. Esse documento detalha os processos que devem ser adotados em diferentes aspectos do negócio, desde a contratação de funcionários até o layout da loja e as estratégias de atendimento ao cliente. Ao aderir a essas diretrizes, o franqueado não apenas protege o padrão da marca, mas também aumenta suas chances de sucesso.
Outro aspecto importante é a capacidade de construir um bom relacionamento com a franqueadora. A comunicação aberta e a disposição para compartilhar experiências e feedback podem levar a melhorias contínuas no modelo de negócio, beneficiando toda a rede. Além disso, o franqueado precisa ser proativo em buscar soluções para desafios locais, adaptando-se às características do mercado sem comprometer os padrões estabelecidos.
Ser um franqueado também envolve lidar com os aspectos financeiros do negócio, como controle de custos, gestão de fluxo de caixa e análise de indicadores de desempenho. Embora o franqueador ofereça suporte nessa área, é essencial que o franqueado tenha um bom entendimento de gestão financeira para garantir a viabilidade do negócio.
Por fim, o franqueado deve estar preparado para enfrentar desafios e trabalhar arduamente. Embora a franquia ofereça uma base sólida, o sucesso não é garantido. A dedicação, a resiliência e a capacidade de adaptação são qualidades indispensáveis para qualquer franqueado.
O que é ser um franqueado?
Ser um franqueado é, sem dúvida, um caminho promissor para quem deseja empreender com suporte e estrutura. Contudo, é uma escolha que exige comprometimento, planejamento e habilidade de gestão. Ao optar por uma franquia, o empreendedor tem a oportunidade de fazer parte de um sistema consolidado e contar com o respaldo de uma marca reconhecida, mas também assume responsabilidades que impactam diretamente no desempenho do negócio. Além disso, o franqueado deve estar preparado para colaborar de forma ativa com a rede, contribuindo para a evolução conjunta por meio do compartilhamento de boas práticas e sugestões de melhoria.
Antes de tomar essa decisão, é fundamental realizar uma análise criteriosa do mercado, das condições impostas pelo franqueador e das próprias capacidades como gestor. Conhecer os aspectos financeiros, operacionais e estratégicos da franquia é essencial para evitar surpresas ao longo do caminho. Por exemplo, compreender o fluxo de caixa esperado, o capital de giro necessário e as expectativas de retorno do investimento ajuda o franqueado a ter uma visão clara de sua jornada empreendedora. A busca por conhecimento não deve parar na assinatura do contrato; ao contrário, é importante participar ativamente de treinamentos, feiras e eventos do setor para estar sempre atualizado.
Quando bem executado, o modelo de franquia pode ser uma ferramenta poderosa para alcançar o sucesso empresarial, proporcionando crescimento tanto para o franqueado quanto para a rede como um todo. Ele também oferece uma oportunidade única de criar um impacto positivo na comunidade local, seja por meio da geração de empregos, seja pela prestação de serviços de qualidade que atendam às necessidades específicas da região. A relação entre franqueador e franqueado é, em última análise, uma parceria que deve ser nutrida com transparência, diálogo e confiança mútua.
Assim, o papel do franqueado transcende a simples operação de uma unidade; ele se torna um verdadeiro parceiro na construção de uma marca forte e sustentável. Ao se comprometer com os valores e a visão da rede, o franqueado não apenas fortalece a sua unidade, mas também contribui para o fortalecimento de toda a franquia, criando um ciclo virtuoso que beneficia a todos os envolvidos.
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